Anatólia

Capitulo VI
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Seguimos em formação para a fronteira de “Anatólia” com “Atêmi” O reino do Rei Liano... Bem, deixe-me explicar ou voces se perguntarão como ilhas poderiam ter fronteiras.

Há séculos atrás na era dos Deuses, quando o mar era mais baixo, as duas ilhas eram ligadas por uma fina extensão de terra . Com o passar dos séculos, o mar subiu de jeito que essa extensão se perdeu sob as águas, separando permanentemente as duas Ilhas. Nenhum dos reinos exigiam “Atêmi” era maior, mais populosa, Porém não conseguiu ser tão rica e próspera quanto “Anatólia” mesmo tendo ajuda financeira do Reinado do Rei Áureo. Apesar de toda movimentação, a situação de “Atêmi” estava longe de ser controlada. Os Analistas afirmavam que “Atêmi” Iria precisar de muita ajuda para solucionar seus problemas financeiros. 

A estimativa surgiu enquanto o país enfrentava crescente pressão para pedir um resgate, depois que a agência de classificação de risco, colocou o "rating" de longo prazo “Atemiano” em revisão para possível rebaixamento. E à medida que os analistas continuavam alertando para o fato de “Atêmi” ser insolvente, a Ilha ainda buscava uma saída para o caos financeiro de suas contas públicas. Tudo isso ajudou Pellor a incitar o rei Liano a tomar a “Ilha de Anatólia” alegando que fazia parte de “Atêmi” usando os documentos de contas que eles possuíam assinados pelo Rei Áureo no tempo que casou com minha mãe. Ele usou o Cardeal para isso! Assim não levantou suspeitas sobre suas falcatruas, para todos os efeitos os dois irmãos estavam lutando juntos por "Anatólia". Foi um plano diabólico. Claro que Pellor não iria dar ao Liano a nossa “Ilha”! Ele queria apenas que acabassem com Hesmar sem que ele sujasse as mãos no sangue do irmão. Mesmo que para isso ele tivesse baixas de um grande contingente do seu Exército.

Eu não podia permitir que a ambição de um dos meus irmãos e os impensados arranjos com outro monarca tirasse de nós o nosso lar. Porque em uma guerra estamos sujeitos a ganhar e a perder. Se as estratégias para enganar o Rei Liano tivessem êxito além do esperado e o reino de “Atêmi” conseguisse “Anatólia”...  Pellor teria perdido também. Sua ambição o teria levado a ruína. 
Por esse motivo, e para salvar Hesmar eu estava decidida a provar a falcatrua de Pellor e do Cardeal.

Assim que chegamos a fronteira o exército que já estava lá, lutava com o exército de Liano que viera de navios. Os canhões de “Anatólia” haviam afundado alguns navios que estavam mais próximo da costa, mas os soldados já estavam em botes rumo a fronteira. Draven que agora era o comandante dos lanceiros, pois passou a mim o comando dos arqueiros, pediu que seus soldados avançassem e formassem o muro de escudos. Depois fez sinal para que eu posicionasse meus arqueiros atrás dos escudos e assim eu fiz. E esperamos. Os soldados de Liano atracavam já em fúria se jogando na  batalha, quando eles estava a cem metros de nós, e eu dei o comando para que o primeiro pelotão dos arqueiros atirasse. Uma nuvem de flechas cobriu o sol e centenas de soldados de Liano foram alvejados... Enquanto seus companheiros avançavam passando por cima dos soldados feridos caídos no chão. Eu comandei o segundo pelotão que revezou imediatamente e nova nuvem de flechas cobriu o sol acertando mais um contingente de soldados que estavam em terra. Os próximos soldados que chegaram à fronteira eram arqueiros... 

Draven deu ordem para que seus lanceiros ficassem de prontidão e pegassem seus “sabinos”. (Escudos retangulares que tinham a função de cobrir o corpo dos lanceiros durante a ofensiva inimiga). Em conjunto eu dei a ordem para que meus arqueiros dessem um passo atrás.  Ao mesmo tempo  levantaram seus “parmas” {escudos mais leves e ovais se organizando na formação tartaruga}. Que evitava as flechas curvas que vinham de cima. 

Tivemos alguns soldados feridos, mas nenhuma baixa. Porque trabalhamos em equipe. 
O último contingente que chegou a terra firme, vinha com lanças espadas e machados, eles trouxeram com eles um guerreiro em sua bela montaria coberta com uma cela não menos bela, e portando uma espada larga. Ele tinha lãs grisalhas, o rosto marcado com traços de guerra e muitas batalhas. Possuía um corpo grande, mas muito ágil, percebi isso, quando ele se movimentava entre seus soldados atravessando o contingente para chegar até nós. Assim que avistou Hesmar em sua montaria na frente do seu exército... O cavaleiro puxou sua larga espada fazendo-a cintilar a luz do sol. Isso assustou Draven porque era visível a ofensiva daquele cavaleiro contra nosso Rei. Draven armou seu arco na direção do cavaleiro que vinha em disparada e estava na frente do Rei Hesmar. O Capitão mirou e atirou! Derrubando o cavaleiro da montaria e deixando-o cego de um olho. Alguns dos soldados que vinham nos atacar pararam surpresos, recolheram o cavaleiro levando-o para um bote e zarparam com ele.

Os outros soldados atacaram com violência! Seus machados tinham tanta potência que temíamos que danificassem nossos escudos. Eu desci da minha montaria peguei minhas espadas e ataquei sem pensar em mais nada que não fosse ficar viva e proteger o Rei. Eu bradava minhas espadas, rodopiava, cortava cabeças, furava pulmões como se eu sempre tivesse feito aquilo. Estava em mim a coragem de guerreira ou a loucura de uma irmã protetora. O Rei passava entre os soldados de Liano com sua espada cortando cabeças como se estivesse jogando polo. Eu estava me sentindo culpada, porque quando ele olhou para mim e eu assenti com a cabeça o encorajei a prosseguir... Percebendo que eu estava dispersa e poderia ser ferida Jyann se aproximou de mim e disse:

- Fique colada em mim Elfa! Eu posso te proteger!

= O que?

Perguntei achando o cúmulo aquele humano querer me proteger. Eu não queria ser protegida! Eu queria proteger meu irmão. Havia um instinto primordial de proteção dentro de mim que eu não conhecia até então. Nesse momento veio na minha direção um grandalhão que eu deixei com Jyann passando por baixo das pernas dele e levantando antes de terminar de atravessar para desequilibrá-lo ele era muito forte, e eu precisava de um tempo enquanto enrolava meu amuleto no pulso, eu não queria que ele fosse cortado enquanto eu lutava.

Olhei para trás e vi que Jyann havia derrotado o grandalhão... Dei um sorriso cúmplice e... Segurei a cabeça tapando os ouvidos... Eu estava ouvindo pessoas falando como se estivessem junto de mim...  Olhei em volta para ver se avistava algum mago, porque eu podia ouvir as ondas emitidas por uma conversa entre pessoas que não estava no campo de batalha...  O mais fraco sussurro era facilmente captado por mim... Mas eu não podia me deixar levar, mesmo que estivesse me deixando insana.  Mais ainda quando ouvi:

- Majestade! Não faça isso! Vossa majestade não pode retirar a flecha até chegarmos a um médico.

- Não! Vou retirar a flecha e voce! Me faça um curativo eu quero voltar a batalha e acabar com o miserável que me cegou.ISSO NÃO FICA ASSIM!!.

Eu olhei para Hesmar assustada! A majestade que estava ali só podia ser ele... Mas... Ele estava ainda sobre sua montaria cortando cabeças como se estivesse em seu campo de polo. Me distraí e...
Nisso senti uma pancada muito forte nas minhas pernas, eu olhei para o que havia acontecido... Um soldado tinha me alvejado com seu machado e nada aconteceu a minha pele, nem a meus ossos. Eu deveria estar aleijada com a força que ele usou. Chutei-o para longe de mim e enfiei a espada na sua lateral quase até o cabo...  Minha força era descomunal... Meus ossos estavam fortalecidos, havia se tornado inquebráveis... Também afetava parcialmente minha musculatura e os demais tecidos do meu corpo que ficaram mais resistentes também... Mas eu não podia pensar nisso, estava em um campo de batalha! Mas eu não estava imune a dor... Novamente Jyann me interrompeu:

- Voce está bem Elfa? Seus dentes estão negros e brilhantes.

= Estou bem!

Eu disse enquanto pensava:

= “Alguma magia modificou a única parte do meu corpo que não pode ser treinada. Os meus ossos. E modificando os ossos modificou todos os tecidos do corpo. Preciso ser rápida então só tenho alguns minutos. Com certeza foi meu “Amuleto” que prendi no pulso como proteção”.

Entretanto percebi decepcionada que essa magia que me atingiu, diminuiu minhas habilidades. Como: a agilidade e a destreza. Eu estava imune, mas não podia aproveitar disso para acabar com mais inimigos.... Eu estava mais lenta que eles. Eu tinha a vantagem de ser intocável, mas estava lenta.  Usando uma mania que tenho que é rodar meus anéis quando fico decepcionada ou triste. Eu rodei o anel do fogo... E como estava em apuros criei um triângulo de fogo que me acompanhava para onde eu fosse. Eu podia sentir o calor insuportável, mas minha pele estava ígnea e suportava sem danos. Os soldados não conseguiam chegar perto de mim me dando a chance de usar as espadas com mais precisão. Eu havia perdido o poder do ferro, mas estava usando o poder do Elemental do fogo.
 E assim destruí muitos soldados inimigos, quando a magia terminou, minha pele estava intacta e eu estava exausta porque tinha ficado novamente apenas com minhas agilidades. Muitos dos meus soldados estavam feridos outros mortos , mas conseguimos fazer com que os soldados inimigos que sobraram, batessem em retirada. 

O Exército saudou o Rei que veio ao meu encontro e disse:

~* Quem é voce menina? Eu vi voce em chamas. Voce é um mago? Mas não temos magos em “Anatólia”. De onde voce veio?

Eu respondi com o coração saltando de alegria por sentir meu irmão preocupado comigo... Ou com o reino afinal eu poderia ser um espião....

= Não majestade! Sou apenas alguém muito querida pelos elfos que devem ter me ajudado... De longe...

~* Elfos? Eu tenho uma amiga Dríade! Desde que eu era muito pequeno e fugia do palácio para me embrenhar na mata. Ela sempre me levava de volta para casa. 

= Onde ela está Majestade? É um de seus soldados?

~* Não! Mas é quem me treina! Ninguém sabe a não ser voce.

= Porque confiou em mim se não me conhece?

~* Por que sendo amiga dos Elfos. Não pode ser má. Voce é um soldado muito valoroso qual é o seu nome?

= Surya olhos de Lince Majestade.

 ~* Porque "olhos de lince"

= Porque quando cria  saia para caçar com os elfos e tinha uma visão privilegiada da caça.

~* Quem são seus pais?

= Sou órfã! Não conheci meus pais biológicos.

 Nisso o estrategista veio buscar Hesmar para seguirmos para o acampamento. Tinham preparado uma tenda para o Rei que preferiu ajudar a socorrer os feridos. Para minha alegria ele conhecia ervas medicinais como eu. Com certeza com a ajuda da sua Dríade...




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