Aurora a Elfa Negra


Capitulo III

*** 

Eu olhei indecisa para Jyann e cheguei a conclusão de que, mentir para ele ou omitir, não me ajudaria em nada, nem seria uma decisão sábia. Então sem mais o que escolher eu só fiquei com uma saída: de ser sincera e contar a ele quem eu era. Quem sabe assim eu tivesse a chance de chegar a “Ilha de Anatólia” sem precisar usar de subterfúgios. Entretanto uma coisa me deixava assustada! Jyann falou-me que a cidade dele estava em guerra... Mas... Se a cidade dele é “Anatólia”... Então meu povo está em guerra a muito tempo! Meu pai... 

= “Oh! “Grande espirito” Valei-me”!

Eu disse a mim mesmo em voz baixa, enquanto Jyann me ajudava com minha aljava. Caminhávamos apressados e em silêncio pela floresta obscura. Eu cobria meu corpo com o manto para me proteger um pouco da chuva fria que insistia em desabar. De repente Jyann colocou o braço na minha frente barrando meu caminhar e falou apreensivo:

- Estamos entrando na floresta de Aurora!

= Quem é Aurora? - Perguntei e ele respondeu olhando em volta:

- É a Rainha desta floresta! Aurora é um Drow com mais que dois metros de altura, forte e estressada! Ela tem a pele cinzenta, Possui muitas tatuagens e piercings, inclusive no rosto. Anda seminua e armada com um arco poderoso e tem uma cobra enorme como companheira. Aurora não gosta de intrusos elfos e muito menos de intrusos humanos. 

= Voce me disse que não conhecia os elfos Jyann! Um Drow é um “elfo negro”.

- Sabe o que é Elfa! Na minha concepção; os elfos são seres belos, harmoniosos e amistosos.

= Pois é soldado! Somos tudo isso, mas não se engane com nossa “amistosidade”! Se for preciso somos tão ou até mais feroz que o seu pior inimigo.

- Nossa! Eu não sabia disso! Quer dizer que voce pode ser tão perigosa quanto Aurora?

= Não conheço até onde vai a periculosidade dessa Drow. Mas posso te garantir que sim. Não queira ver os elfos furiosos.

- Tudo bem! Entendido. Mas não se assuste... Logo sairemos da floresta e pegaremos as ruas desertas da fronteira de “Anatólia” onde tomaremos um barco para atravessar até a “Ilha”. Eu vou te proteger. 

Quando eu estava pronta para agradecer a gentileza do soldado, ouvimos uma pancada forte e nos abaixamos atrás dos arbustos para esperar ver do que se tratava. Uma enorme Elfa negra tinha saltado para fora de uma caverna e dado de frente com alguns elfos menores que estavam cercando a caverna em um semicírculo à aproximadamente cinco metros de distancia dela. A elfa negra que saiu da caverna trazia na mão um belo arco, ela estava vestida apenas com tiras enroladas de modo a esconder seus mimos, o que dava a ela uma sensualidade impressionante. Entre os elfos que estavam cercando-a se adiantou um elfo de longas lãs negras apontando uma flecha brilhante em um arco longo. Jyann falou apreensivo:

- Nossa! Aurora está sendo emboscada por aqueles elfos estranhos. Eles são tão pequenos que parecem anões. 

= Não se iluda com seus tamanhos Jyann! Eles são ferozes e não têm piedade de ninguém. Vê aquele vestido com peles de lobo? É Thil o líder deles. São seres élficos das cavernas baixas. O que será que ele quer com a Elfa negra? Vamos ajuda-la Jyann! 

- Não! Somos apenas dois. Melhor esperar o desfecho do que vai acontecer. 

Contra a minha vontade! Ficamos olhando os elfos cercando a Aurora enquanto o líder apontava uma flecha especial para ela. Eu temia pela vida da Elfa negra. Conhecia a ferocidade do povo élfico de Hollow. De repente um dos elfos transformou-se em uma pequena criatura alada e ficou acima deles rodeando, dando gargalhadas galhofeiras apontando para Aurora. Uma elfa de Hollow de lãs negras e vestida com peles de corsa, também apontou uma flecha de um arco longo na direção de Aurora. Todos os outros elfos, uns quinze mais ou menos estavam armados de lanças. Em um dado momento surgiu a direita do líder um elfo muito estranho com as vestes feitas de folhas, alguns pedaços de couro e cipós, tinha a pele pintada com argila vermelha e branca e carregava um cajado curvo. Ele disse umas palavras de comando e Aurora ficou paralisada como uma grande boneca seminua. Depois ele falou na língua Drow: 

- Eu preciso apenas de uma pequena desculpa para te matar. Se não quiser que algo assim ocorra; jogue fora todas as suas armas. 

Aurora começou a jogar no chão seu arco, a aljava de flechas, faca, punhal e por fim seu cinturão que continha algum tipo de poder élfico. O elfo pintado se abaixou para pegar o cinturão quando de repente sentiu algo deslizar em seu corpo... Olhou primeiro para o líder que olhava para ele com olhos arregalados... Ele olhou para baixo e viu a serpente da Aurora já enrolada em seu corpo e pronta para esmaga-lo, enquanto sibilava furiosa. 

- Como essa praga Drow conseguiu enviar sua serpente se está hipnotizada? Atirem nela seus imprestáveis. 

Mas nenhum deles atirou! Claro! Iriam ferir aquele elfo que parecia ser muito importante. A serpente apertava, apertava, já deixando o elfo sem fôlego. Quanto mais ele tentava dizer suas palavras de comando para ela, mais ela apertava, e de repente mordeu... O Líder gritou para seus súditos: 

- Atirem ele já está envenenado! 

- Eu não estou envenenado seus imprestáveis, isso só acontecerá se ela me picar três vezes façam alguma coisa. 

Falando isso o Elfo que estava sendo asfixiado pela serpente libertou Aurora do transe para que ela recolhesse sua serpente antes que fosse tarde demais. Quando Aurora se viu livre, nem se importou com o elfo que estava sendo asfixiado, partiu para cima dos outros que estavam apontando para ela. O líder com o susto pela fúria daquela elfa negra com quase dois metros e meio de altura soltou a flecha que já estava flexionada no arco. Enquanto ele preparou outra... Eu resolvi me levantar do esconderijo, não poderia deixar que matassem a elfa negra. Jyann tentou me puxar de volta, mas eu já estava de pé com meu arco pronto para atirar. Eu disse a ele. 

= Distraia os dois elfos carregados de flechas e com seus arcos apontados para Aurora. 

- O que voce vai fazer Elfa maluca? Não vês que são muitos? 

= Apenas faça o que eu disse Jyann antes que façam mal a ela. AGORA!!! 

Eu gritei para Jyann ao mesmo tempo em que pegava da mão dele minha aljava e colocava no costal. Jyann sem mais o que reclamar, partiu para cima dos dois arqueiros enquanto eu rodopiando para que as flechas deles não me acertasse peguei o arco da Aurora chamei-a pelo nome e joguei para ela e comecei minha rajada fabulosa de flechas sobre os elfos com as lanças. Eles esqueceram a Elfa negra e tentavam me alvejar com suas lanças afiadas. Jyann bradava sua espada enquanto se aproximava do líder, para que a espada servisse de escudo contra as flechas brilhantes especiais. A elfa vestida de pele de corsa não desistiu da Aurora que com toda ira atirou uma flecha certeira entre os dois olhos dela. Ataque fulminante. 

Eu consegui atingir com a primeira rajada sete elfos, mas a lança de um deles me atingiu na coxa! Vendo aquilo Aurora com uma ligeireza fenomenal atingiu os outros elfos lanceiros. Eu arranquei um pedaço do manto e amarrei na coxa para depois fazer o curativo. Havíamos esquecido o ser alado que com uma espécie de martelo acertou a cabeça da elfa que cambaleou girando o corpo totalmente indefesa devido a surpresa... Por instinto eu segurei meu amuleto do “Deus da traição” e sem entender o que estava acontecendo me tornei alada... A principio, não conseguia me equilibrar... Eu cambava para um lado e para o outro sem direção certa... Mas após alguns erros e quase algumas quedas, eu conseguir voar plenamente e segui o ser alado, que enviava na minha direção uma chuva de bolinhas vermelhas que queimavam minha pele, como eu estava sobre o efeito do amuleto, copiei a magia dele e enviei sem pena para cima daquele ser malvado sua própria magia... Eu estava eufórica e surpresa! Eu estava usando magia! 

 As minhas esferas eram maiores e com um poder de fogo triplicado... Eu ainda não entendia o porque, mas aproveitei! Eu só possuía sete minutos daquele poder e ainda precisava aterrissar antes de cair como uma pedra para a morte certa. Com voos excepcionais, por estar copiando o poder da criatura alada, eu consegui vencê-lo bem a tempo de chegar a mais ou menos um metro e meio do solo e... Cai desengonçada assustando Jyann que havia terminado com o Líder dos elfos de Hollow.
Ele veio correndo ao meu encontro. Levantei-me um pouco tonta, depois de girar tantas vezes no espaço e ainda cair como tora de madeira verde e disse ao soldado que estava tudo bem. Aurora estava parada ao lado do elfo magico olhando ele acabar de morrer asfixiado por "Velt" a serpente dela. Aurora olhou para nós, os seus novos amigos sem dizer nada. Ela sentia um rancor muito grande dela mesmo por não ter conseguido acabar com os elfos de Hollow, e ainda ter colocado outros seres em perigo. Jyann nos apresentou: 

- Majestade Somos Jyann e Surya! Eu sou um soldado do Rei de "Anatólia" e essa valorosa guerreira, é a Elfa filha do Rei dos “Ljosalfr”. Estávamos indo para “Ilha” quando vimos a batalha e resolvemos ajudar. 

*- Voce pode ser um soldado! Mas ela não é uma elfa! Pela sua aura ela é uma divindade! 

- Uma o quê? Como assim divindade? Pode até ser bela como uma Deusa, mas Deuses não são de carne e osso Majestade. 

*- Ora soldado! Nesse universo existem coisas que a própria natureza desconhece. Com certeza ela é filha de um Deus com um humano. 

- O que voce me diz disso “ELFA”! 

= Posso não ter nascido elfa, mas me considero uma com muito orgulho. Amo Mothar meu pai élfico. Amo todos da minha aldeia e os ensinamentos que me deram. Por uma brincadeira do Deus Destino. Eu nasci em outra família. Mas fui bem criada entre os elfos. Não faça pouco caso da minha natureza élfica! 

*- Não briguem crianças. 

Aurora gritou com as mãos na cabeça como se nossa voz pudesse incomodá-la naquela altura, ela continuou: 

*- Meu nome é Aurora eu estava me preparando para ir até Hollow conversar com o mago dos elfos Hollows e tentar um acordo de paz. Mas eles chegaram primeiro até minha morada e me emboscaram para que eu não levasse os habitantes da floresta deles, que não aceitavam a tirania do líder para as montanhas, onde eu já havia construído abrigos para eles recomeçarem suas vidas. Pelo que vimos o mago controlava até mesmo o líder. Ele criava criaturas aladas que vinham criando terror entre os moradores que se recusavam a seguir o líder. Como fui incumbida de levar os elfos até a montanha e protege-los de Ozzin me vi obrigada a resolver primeiro os problemas que me impediam de cumprir minha lida. Agora preciso informar que o mago está morto. Descobri que se tratava de um inimigo dos Drows que enfrentamos a algumas luas. Estou muito grata pela ajuda de voces! Caso não tivessem por aqui eu seria morta depois de ter sido controlada pelo Mago. 

- Na “Ilha de Anatólia” todos conhecem seu nome majestade. Antes que eu viesse para “Taberna dos irmãos Brume”. Eu ouvi dizerem que o povo da aldeia Hollow havia incendiado a floresta! Os próprios moradores da aldeia. Responde-me: vossa majestade crê mesmo que os moradores estavam sendo controlados pelo Mago? Vossa majestade crê que um elfo provocaria um incêndio na floresta que vive? Por tudo que já ouvi sobre os elfos: Vossa majestade crê que eles estarão seguros em cavernas nas montanhas? Ou livres na floresta? 

*- E quem os defenderia na floresta “soldado do Rei”? Responda minha pergunta que responderei as suas. 

- Eu não sei Majestade! Não sei mais em que acreditar. Nem mesmo minha amiga é sincera comigo. 

= Porque está me pondo nas suas indagações Jyann? Voce é um humano e eu não te conhecia. Quando passei a confiar em voce e estava pronta para te contar tudo. Lembrei-me que voce é um morador de “Anatólia”. 

- Isso é desculpa para mentir para mim Surya? O que minha cidade poderia fazer a voce? Ela está quase sendo destruída totalmente por Pellor o irmão do meu Rei que deseja tudo que é dele. Pellor é o primogênito! Porém por alguma razão o pai deles, o Rei Áureo resolveu dar a coroa a Hesmar o gêmeo mais novo, enquanto meu Rei estava no seu leito de morte e... 

= O que? O Rei Áureo está morto? 

- Sim! Faz cinco anos! Os gêmeos estavam com onze anos na Época. Por quê? Voce não sabia? 

Eu disse que não sabia e comecei a chorar... Aurora disse: 

*- Entendi agora! É voce a filha de Sunna! Voce não foi devorada os elfos Ljosalfr te encontraram não é? 

- Do que voces estão falando? 

Eu continuei em silêncio... E Aurora perguntou a Jyann qual era a idade dele e porque ele não conhecia aquela história. Ele respondeu que foi para fora da “Ilha” com três anos de idade e que voltou para ser soldado do Rei Áureo dois anos antes de ele falecer. Eu perguntei sobre a mãe dos gêmeos, Jyann me disse que ela tem um amor muito grande por Pellor e que com certeza é ela que infla essa discórdia entre os irmãos depois falou: 

- Afinal de contas. Explica-me sobre esse negócio de divindade. 

= Já ouviu falar da “Deusa do Sol”

- Claro que sim! Todos nós oramos a Deusa ao amanhecer antes de qualquer afazer por quê? 

= Ela foi a primeira esposa do Rei Áureo. Foram eles que fizeram a “Ilha de Anatólia” prosperar e ser um grande país. Eu sou a filha deles. 

- Voce é a filha da Deusa? Mas Aurora disse que voce é filha de alguém com nome “Sunna”! O nome da “Deusa do Sol” é “Sulis”! 

= Quando ela conheceu o Rei Áureo enquanto a “Ilha” estava abandonada e o Rei foi pedir auxílio no templo. “Sulis” ficou penalizada com o pranto de um humano que ainda acreditava em Deuses naquela altura dos anos. Então a Deusa se materializou para atendê-lo! E os dois se apaixonaram. Algumas luas depois eles se casaram e a “Ilha” prosperou. Quando minha mãe foi engolida pelo “Fáculah” eu já havia nascido, e quando ele quebrou o barco eu fui levada pelo mar para a margem e encontrada por Mothar. 

- Então... Então voce é o semideus que evitará o “Juízo final”

= Não! Isso foi uma história que cresceu na “Ilha” Não creio nisso. Eu sou humana como meu pai biológico. 

- Mas eu vi voce com asas! Pensei que tivesse sido a pancada que levei do Líder... Mas agora tudo confirma. 

= Não Jyann! As asas foram pelo poder do meu amuleto. 

- Que amuleto é tão eficaz Surya? 

= Um amuleto criado pelo mago da minha aldeia élfica com “raspas das unhas do Deus da traição”. Acho que eu... Eu posso copiar o poder dos outros quando estou em apuros. 

- Viu! Deuses giram em torno de voce! E a agilidade com o arco? 

= Isso foi treinamento! Meu povo élfico é de exímios arqueiros. Agora se não se incomodar me leva até minha montaria. 

- Errr é... Eu... Levo sim... Nos dê licença Aurora? 

*- Precisam da minha ajuda? 

- Não querida amiga! Voce precisa dar a notícia ao povo élfico de Hollow! Estaremos bem. 

*- Sim, eu preciso dar a noticia, mas não creio que voces estarão bem. Principalmente quando o Príncipe souber que a primogênita, Filha de uma Deusa com seu pai o Rei ainda vive. 

- Eu não havia pensado nisso. 

*- Tive uma ideia! Mas só direi quando eu tiver certeza. Mas faz um favor para mim. Diga ao seu superior que tenho um novo soldado para ele que o levarei durante a reunião do novo amanhecer. 

- Voce conhece o Capitão Tertolo? 

*- Sim! Ele me paga com ferro para minhas flechas, os soldados que levo a ele. Somos grandes amigos. 

- E o esperto nos assustava com vossa Majestade dizendo que voce mataria quem invadisse sua floresta. 

*- Eu mato mesmo! Voces escaparam porque se tornaram úteis a mim. 

- Que isso? É mau agradecimento? 

*- Pelo contrário! É o pagamento por eu estar tão grata: suas vidas. 

- Está bem Majestade Aurora! Nós estamos indo! Vamos “Elfa” 

= Voce quer parar de se dirigir a mim com sarcasmo! 

Saímos da Floresta da Aurora e pegamos um caminho de terra que nos levou até a orla marítima onde havia um barco perto de uns arbustos coberto com folhagem. Jyann pegou o barco colocou no mar depois me chamou para ir a bordo. Jyann tinha muita prática: remou bem rápido e logo chegamos do outro lado. Eu perguntei pelo “Fáculah” ele disse que só conhece em histórias que as mães contavam para os filhos antes de dormir... Eu fiquei pensando: 

= “Será que meu pai Mothar também contou como histórias para eu dormir? Não pode ser! Eles tinham muito medo disso”. 

Chegamos à “Ilha de Anatólia” meu coração cismava em saltar tão alto que eu achava que Jyann ouviria. Caminhamos pelas ruas desertas, pois já era noite. Andamos mais um pouco, até chegar à um casebre de madeira. Apesar de pequeno daria para acomodar muito bem um casal. Fomos até o pequeno estábulo improvisado e entramos... Eu vi meu “Rocyfer”. Ele ficou feliz ao me ver, tanto quanto eu ao vê-lo. Acariciei suas crinas. Ele gostava muito disso, e ficava esfregando a cabeça em meu corpo. Jyann foi até um monte de alfafa e pegou a sela composta por peles de animais e o mais puro algodão e me entregou. Eu perguntei se podia ficar no casebre. Ele disse que sim, o tempo que eu precisasse. Aquele era um ótimo lugar! Além de ser escondido de olhares era muito aconchegante. Tinha uma cama feita com gramíneas forrada e limpinha, uma mesa, um banco, um fogão de lenha feito de barro. Tinha também uma estreita porta fechada que eu ainda não sabia o que era, mas deduzi que fosse o local de asseio. Depois que eu estava acomodada Jyann se despediu para ir embora. Eu pedi que ele ficasse comigo. Ele disse: 

- Não posso! Voce é uma jovenzinha e é uma Princesa! 

= O que tem a ver isso Jyann? Somos um casal. 

- Casal... Nós? 

= Sim, somos um macho e uma fêmea. 

Ele ficou calado e eu disse que entre o meu povo não havia restrições sobre um macho e uma fêmea ficarem sozinhos. Que eu nunca havia harmonizado, mas se acontecesse estaria tudo bem. Ele me olhou com seus belos olhos arregalados e disse: 

- Com certeza se ficássemos juntos aqui faríamos essa harmonia que voce se refere... Mas... 

= O que foi? Não gostou de mim? Não sou boa para voce? 

- Não querida! Não é isso. Eu sou casado! E entre meu povo é traição pessoas casadas estarem com outros. Voce vai aprender logo sobre isso. Fica bem! Preciso ir. 

E ele foi embora me deixando sozinha. Eu não tinha medo de estar sozinha. Mas não entendia o porquê seria traição se ele ficasse. Eu não gostei e não queria aprender sobre aquele costume. 
Despi-me e me deitei tentando esquecer aquele incidente que parecia tão grave... Eu não entendia o que estava acontecendo comigo... Porque aquilo me incomodava tanto... Mais até do que ser descoberta pelo meu meio irmão Pellor... 


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